Manifestação contra a privatização
da EGF e da AdP

Por uma gestão pública<br>e de qualidade

Cerca de 300 pes­soas ma­ni­fes­taram-se em Lisboa, dia 7, contra a pri­va­ti­zação dos re­sí­duos só­lidos e a re­es­tru­tu­ração do sector da água, que põem em causa os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e qua­li­dade dos ser­viços pres­tados aos utentes.

Urge travar pri­va­ti­za­ções para as­se­gurar qua­li­dade dos ser­viços

Os par­ti­ci­pantes na mo­bi­li­zação, pro­mo­vida pelo STAL, a Fi­e­qui­metal, o STML e a Co­missão de Tra­ba­lha­dores da EPAL, co­me­çaram por se con­cen­trar no Largo de Ca­mões, de onde par­tiram em ma­ni­fes­tação até ao Mi­nis­tério do Am­bi­ente, para ali en­tre­garem uma re­so­lução.

Num co­mu­ni­cado, as en­ti­dades pro­mo­toras de­nun­ciam a «sanha pri­va­ti­za­dora» do Go­verno PSD/​CDS, que em Se­tembro do ano pas­sado «avançou com a pri­va­ti­zação da Em­presa Geral de Fo­mento (EGF) para o con­sórcio Mota-Engil – im­pondo a for­mação de um mo­no­pólio pri­vado de re­sí­duos sem pa­ra­lelo na Eu­ropa – e fez pu­blicar re­cen­te­mente os di­plomas de re­or­ga­ni­zação do grupo Águas de Por­tugal (AdP)».

O ver­da­deiro ob­jec­tivo do Go­verno é «en­tregar estes ser­viços pú­blicos es­tra­té­gicos e ren­tá­veis à ló­gica pri­vada, pri­va­tizar os lu­cros e so­ci­a­lizar os custos»; «des­va­lo­rizar o tra­balho e os tra­ba­lha­dores» e «trans­formar os ci­da­dãos com di­reitos em cli­entes com ne­ces­si­dades, que se sa­tis­fazem no mer­cado, cujo acesso aos ser­viços de­pen­derá da sua ca­pa­ci­dade eco­nó­mica», afirmam as or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores (ORT).

Por isso, su­bli­nham as ORT, porque a venda da EGF e a re­es­tru­tu­ração da Águas de Por­tugal – ser­viços pú­blicos es­sen­ciais – põem em causa «os postos de tra­balho, os di­reitos so­ciais, a qua­li­dade dos ser­viços e atingem gra­ve­mente as po­pu­la­ções», é ur­gente lutar para travar este pro­cesso e, assim, ga­rantir o con­trolo de­mo­crá­tico destes ser­viços, o bem-estar das po­pu­la­ções e a va­lo­ri­zação e dig­ni­fi­cação dos tra­ba­lha­dores».

Em de­cla­ra­ções à Lusa, o pre­si­dente do STAL, Fran­cisco Braz, afirmou que se trata de um pro­cesso «car­re­gado de ir­re­gu­la­ri­dades, de des­prezo pela von­tade dos por­tu­gueses» e que «foi feito de uma forma obs­cura e di­ta­to­rial». O di­ri­gente sin­dical disse ainda que, no curto prazo, as pri­va­ti­za­ções dos re­sí­duos e das águas irão con­duzir ao au­mento dos preços e à de­te­ri­o­ração das con­di­ções de tra­balho, pers­pec­ti­vando que, só nos lixos, a su­bida possa ser de 25 por cento na Área Me­tro­po­li­tana de Lisboa e Oeste e de 40 por cento no Porto.

Em Loures

Para ontem, já de­pois do fecho desta edição, es­tava agen­dada uma con­cen­tração em Santa Iria da Azóia em pro­testo contra a pri­va­ti­zação da EGF. A Câ­mara Mu­ni­cipal de Loures e di­versas as­so­ci­a­ções anun­ci­aram a sua par­ti­ci­pação na acção de pro­testo, pro­mo­vida pelo Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica (STAL) e a As­so­ci­ação de De­fesa do Am­bi­ente de Loures (ADAL).

 



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